coisas da vida, desabafos em rodapé

isto é que me preocupa e é um insulto

Lê-se em parangonas:

UNICEF. Portugal entre países com crianças pobres e em piores circunstâncias…

30 anos se passaram  desde o esforço de adesão, à então CEE,  em 1986.

milhões de euros recebidos. alguns, muito bem empregues, mas outros, nem vale  a pena falar.

uma terceira intervenção do “dinheiro estrangeiro” em tão pouco tempo de democracia insulta a minha inteligência de leiga, muito ignorante, no que à economia diz respeito.

“Mas as crianças, Senhor. Porque lhes dais tanta dor? Porque padecem assim ?”

Augusto Gil já se interrogava deste modo na sua “balada de neve”.

Sendo um grupo vulnerável às intempéries que a vida lhes traz, já se faz tarde não haver meio de termos pessoas sãs e escorreitas, que percebam o significado da cadeira onde se sentam. é que já lá vão 30 anos.

eu? cada vez mais cética e menos confiante naqueles todos que estão num hemiciclo a debater. quando digo todos, são mesmo todos.

8 thoughts on “isto é que me preocupa e é um insulto”

    1. Boa noite, Outro Ente,
      Tem toda a razão. E acrescento que, comecei o dia injuriada, e acabo o dia da mesma forma.

      “Número dois do Governo e ministro da Economia recebem subsídio de alojamento”

      Um beijo,
      Mia

  1. Quem trabalha em escolas conhece a verdadeira situação de algumas crianças deste país de faz-de-conta. Uma amiga contou-me, há dias, que um aluno guardava, num recipiente, metade do almoço que ingeria no refeitório da escola. Quando abordado, acabou por confessar que o que “sobrava” da sua refeição se destinava ao irmão mais novo, que ainda não andava na escola. Aquela metade de almoço era, na verdade, a sua primeira refeição do dia. Felizmente, a escola tomou algumas medidas e o menino, agora, tem direito a pequeno-almoço e almoço completo, levando também para casa comida do refeitório. Mas há tantos, tantos casos que, pelo vistos, não tiram o sono aos tais bem-falantes que, em bicos dos pés, roçam as suas barrigas proeminentes nas bancadas do hemiciclo enquanto debitam discursos adiposos e populistas. É que as crianças não votam…

    Um beijinho, Mia

    1. Boa noite, Miss Smile,
      Conheço bem essa realidade e, pelo que sei, não haverá escolas públicas, pois são estas que têm os portões abertos a toda e qualquer matrícula, que não respondem eficazmente a situações tão periclitantes em termos de apoios sociais. Conheço casos, onde as escolas mantêm parcerias com instituições que distribuem refeições prontas, e têm ao portão junto à hora do almoço, pessoas à espera. E aqui, faço um parêntesis – não concordo- por uma razão muito simples: muitas daquelas pessoas passam a manhã no café ou na conversa, e depois, à hora do almoço, não falham a presença. Já me perguntei a razão por que não lhes distribuem os alimentos para serem confecionados…
      Afinal de contas, e aqui, vou ser politicamente incorreta, muitas das pessoas que trabalham nessas instituições, fartam-se de trabalhar por um ordenado que não ultrapassa o adjetivo “mínimo”, e distribuem comida a quem recebe subsídios superiores, não tendo feito nada para os merecer! Conheço casos reais desta natureza, e enfurece-me.
      No fim, as crianças não têm culpa, e se, estas famílias recebessem os géneros alimentares, provavelmente nem cozinhavam, pois são pessoas muito desestruturadas. É uma questão delicada, eu sei, não se pode equacionar de forma ligeira, e nem tudo é liquido, em assuntos destes.
      Concluindo,fico muito triste por ler semelhante notícia.
      Um beijinho e uma noite feliz,
      Mia

      1. Concordo em absoluto com o que escreve. Há casos em que a miséria material é agravada pela miséria de espírito 😦

        Um beijinho e uma noite feliz

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