coisas minhas

a moda é manipuladora de emoções?

vamos por partes. eu não sou especialista em reflexões aturadas que incidam sobre um universo tão vasto. no entanto, sou pessoa para pensar que isto, das tendências, tenho de admitir que, mesmo não sendo uma consumista, ou uma fashion victim, sou permeável.

 tudo o que nos entra pela retina relativamente ao que vemos em sessões fotográficas feitas por fotógrafos de renome, que, por sua vez, apontam a objetiva para modelos de alto gabarito internacional, é trabalhado para nos colocar em posição de dependência.

e nós cedemos. (generalização que não pretendo ofensiva)

se não podemos comprar peças com alto teor de zeros e descalabro no orçamento, há sempre alguém que pensou nesse desespero, e nos oferece num segmento mais acessível, trapinhos, sapatos, acessórios que contentam a nossa gula… é aqui que começa um carácter assumidamente fútil? não. gostar de roupa e outros similares não faz de nós seres alheados, chantageados pela imagem…e reféns do apelo”leva-me…leva-me”.

somos seres de desejos e vontades que, na maior parte das vezes, gostaríamos de ver plenamente satisfeitos. no entanto, creio, que a maior parte das pessoas acaba por ser muito sensata nas aquisições…no entanto, deixem-me só dizer-lhes que tenho uma colega de faculdade que encontro esporadicamente em casa de uma amiga comum, que  envergava recentemente 15 mil euros num vestido, e no casaquinho que lhe cobria o bracinho e o antebraço respetivamente. uma outra colega minha, ao aperceber-se da situação exclamou muito sucintamente: “ela traz o meu peugeot vestido!”

tudo isto ao som disto.

22 thoughts on “a moda é manipuladora de emoções?”

  1. Gosto de comprar trapinhos, mas não me parece que alguma vez na vida fosse gastar 15 mil euros num vestido. Acho muito mal empregue.

      1. Paulo Vasco,
        a vida das pessoas formata-se consoante com aquilo que acham que é mais importante. E estoirar dinheiro assim, só mesmo quem pode e quem acha que isso as completa. Felizes aqueles que se contentam com pouco.

      1. Já discutiu essa questão com algumas pessoas que me dizem que eu acho muito porque não posso gastar esse dinheiro todo, mas eu cá acho que mesmo que tivesse essa possibilidade… gastava noutras coisas. 😉 Beijinho

      2. As pessoas tomam as suas opções! 🙂 Eu só citei a situação, porque me pareceu apenas um exemplo dentro da temática. Cada um sabe até onde pode chegar. Eu também não gastava assim… 🙂
        Beijinhos

  2. E eu que me roo toda se gasto mais do que dez euros numa t-shirt! 😉 Por acaso fiquei chocada quando, – e porque sou fã da série Sherlock – soube que o fato que o Benedict Cumberbatch levou para uma premiere qualquer do The hobbit custava 7 mil euros. Bem sei que este mundo do cinema é rico, mas poça… Para que raio é que alguém há-de sequer querer um fato de 7 mil euros? O meu corsa em segunda mão custou-me 6.500 e, sinceramente, até era bem capaz de me contentar com menos.

  3. Caramba não ligo nada a isso, por mim calças de ganga sempre (algumas da C&A) e camisolas confortáveis de lojas comuns (H&M, stradivarius, primark…) . Carteiras até posso ligar um pouco, mas roupa nem por isso.

  4. Ela tem o meu peugeot vestido, é lindo!! Mto bom mesmo.
    Segundo, tu conheces pessoas que vestem vestidos (e casaco) de 15 mil euros?? Acho q lhe batia se conhecesse alguém assim :p
    (Acho q a moça do peugeot deve ser mto mais divertida q a do vestido :D)

    1. 😀 ! Sem dúvida! Trabalho diariamente com a do peugeot, e só vejo “os 15 mil euros” muito raramente. De resto, só nos conhecemos pelo facto de termos sido colegas da faculdade. Mas não é má pessoa.

  5. A moda é uma forma da arte, e em parte revela bastante sobre o desejo coletivo que há em circulação. Uma vez vi a consultora de moda Glória Kalil (muito famosa no Brasil) falando a respeito do tema em uma entrevista. Ela comentou dois casos que se me fixaram na testa. Um deles era a moda de saias longas e cheias de pregas no pós-guerra, indicando a vontade de abundância que existia na Europa. Outro era o uso de ombreiras nos anos 80, justamente num momento em que havia um forte movimento feminista que buscava mais poder frente aos homens.
    Em parte, pincelei o tema num texto recente num de meus blogs, em que comentei algumas coisas que me pareciam de mau gosto, como a moda de vestidos nude e também a de recortes na altura da cintura.
    Até mais!

    1. Bom dia, Mateus.
      Concedo. A moda, interpretada dessa forma subjaz a um propósito. Aqui, não se pretende fazer uma leitura de tendências ou de objetivos, tem mais a ver com a sociedade que temos atualmente. Consumista, hedonista, e, de algum maneira, a moda vai-lhe no encalço.
      Volte sempre,
      Mia

  6. Mia, exageros à parte, não me importava de ter o poder de compra de um vestidinho “Ferrari”. O que eu não faria com tanto dinheiro… Mas ter poder de compra para um adereço “Peugeot” também já me consolava! 😀 😉

  7. Quanto a mim esse tipo de coisas tem a ver com as prioridades de cada um e cada um luta por elas á medida das suas possibilidades. Se umas usariam os 15 mil euros num vestido, já outras usariam numa grande viagem e outras num carro de que necessitam ou noutras coisas. Eu também gosto de trapos, mas não são a minha prioridade por isso nunca gastaria esse tipo de valores numa coisa absolutamente dispensável a meu ver. As minhas prioridades e objetivos são outros, mas respeito 🙂

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