O encontro era sempre no mesmo sítio. Junto ao portão de minha casa. Éramos três; dois rapazes e eu. Não queríamos mais ninguém. As meninas vizinhas? Nunca se importaram. Brincavam com as suas bonecas. Como eu as desprezava. É que eu não sabia brincar com bonecas, e aquela falta de jeito sobrava-me em sobranceria. Os muros e a apanhada eram-me mais fáceis de controlar. O fogão e as panelas, os bonecos e seus berços; muito assustadores, Os meus estavam lá em casa, à espera de uso. Nunca lhe foi dada essa prerrogativa. Mais tarde, quando a minha vida desmoronou, apesar da pouca idade, por lá ficaram. Foram entregues. Não os trouxe comigo. Não fui eu que decidi, e ainda hoje não sei se terá sido uma boa decisão. Agora, tenho-lhes saudades. E eu nem gosto de bonecas.
Oh… Mia…
Deixo um abraço apertado.
Susana, muito obrigada. Aquele tempo de infância é das memórias mais importantes que retenho no capítulo de: “completamente feliz”. Com sete anos, abri outro- “Adeus, Pai. Disseram que estás lá em cima” . Folheio todos, para não me esquecer que, apesar de tudo, tive muita sorte.
Um beijinho,
Mia
Memórias de infância… eu também nunca gostei de bonecas 🙂
Compensas pelo amor à bicicleta, essa grande amiga… 🙂
Intenso.
Sente-se!
Um forte abraço.
Bom dia e bom fim de semana.
Grande abraço.